quinta-feira, julho 18, 2013
quarta-feira, outubro 03, 2012
O envelope
terça-feira, setembro 04, 2012
A Mesma Sombra
sexta-feira, maio 27, 2011
um muito mais
A: Vai escolher o que de jantar?
B: Qualquer coisa.
A: Garçon, traz qualquer coisa pra ele.
G: Não temos qualquer coisa.
A: Então traga um pouco de intensidade, por favor.
G: Intensidade?
A: É... Sabe... ?!Qualquer coisa que não seja fria, morna, cinza... Qualquer coisa que não seja qualquer coisa.
(Abril/2011)
domingo, março 20, 2011
Não há bússolas
O eixo das minhas idéias se desvaneceu
Elas resolveram voar como confete
Agora, no chão: pisoteadas, molhadas de chuva ou de choro?!
Choro escondido, reprimido num sorriso fosco
Sorria! É carnaval!
Anda, samba, pula, corre,canta, cai,chora, grita, foge
Desnorteada!
O eixo da terra também foi deslocado
segunda-feira, janeiro 17, 2011
Poema barato
quinta-feira, dezembro 16, 2010
Aquela mesma história
terça-feira, outubro 26, 2010
sexta-feira, agosto 13, 2010
Estrada
(Artur Maia Tavares)
sexta-feira, junho 18, 2010
Aquele Sujeito Esquisito
-Oi.
domingo, maio 16, 2010
domingo, abril 04, 2010
terça-feira, março 16, 2010
O dia em que o sol sorriu
Trim-trim-trim.
Correu para atender ao telefone e, dessa vez era o tal telefonema que estava esperando há meses. Uma oportunidade! Nada poderia dar errado. Seria um fiasco fracassar pela nona vez. Confirma o encontro – Sim, perfeito, às dezesseis horas em frente ao teatro - Ele queria planejar tudo, mas não era fácil prever a reação de Ana. Deve ter algum motivo especial para esse sol carismático, ele pensou. Um convite à alegria!
O latido incessante das cachorras da casa ao lado, o funk no último volume tocando no bar da frente, os fiscais da vida alheia, nada, nada disso atrapalharia o estado de felicidade daquele jovem estudante de filosofia.
Quinze horas e cinqüenta e cinco minutos. Preso no engarrafamento. O surgimento das especulações foi imediato – Deve ter sido acidente com moto; é a obra que o governo está fazendo; blá-blá-blá...Ele abre a janela e depara-se novamente com aquele sol sorridente, um sol filosófico. As vozes dos passageiros transformaram-se em apenas vultos para os ouvidos do rapaz. Boceja, relaxa.
Algo muda quando Ana está presente. Uma timidez profunda o invade. Não conseguia manter um comportamento natural – ela é sublime, uma princesa, ele pensa – Tampouco sabia se ela percebia tal mudança. Lá estava ela. Linda. Vestido vermelho. Sapato preto. A intelectualidade de ambos quase sempre atrapalhava. Literatura, filosofia, política, economia marcavam presença em todas as conversas. Ana, no fundo, sabia que aquelas conversas eram um pretexto...Divertia-se com a falta de jeito do rapaz. Ele aproxima-se de Ana, não diz nada. Segura a mão esquerda da moça. Ela igualmente calada. Tímida. Mãos molhadas de suor. Ana prepara-se desajeitada para romper o silêncio – estava lendo Foucault – Xiiiiiii – o rapaz pede carinhosamente que ela não diga nada. Não precisava. Eles se aproximam lentamente e Biiiiiiiiiiiiii-biiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii.
Buzina de ônibus não tem um som muito agradável. Ele acorda assustado. Ainda no engarrafamento, sentado dentro daquela merda de ônibus e mais blá-blá-blá.- batida de carro, só podia ser mulher; tão nova e tão bonita; Imagina a mãe quando souber-. Comentários imbecis. Impaciente, olha o relógio. Dezesseis horas e trinta e três minutos. O celular da Ana estava desligado.Um vendedor de balas entra no ônibus – um por cinqüenta centavos e 3 por "dois real" – não entendeu a promoção ou estava impaciente demais para fazer contas.- o que houve ali na rua? O motorista exercendo sua função de fiscal, perguntou ao vendedor. Foi uma batida, uma jovem morreu,disseram que trata-se da Ana, o vendedor respondeu.
No dia seguinte, o jovem estudante de filosofia chegou à capela Nossa Senhora das Moças, segurou as mãos de Ana. Não disse nada, simplesmente a beijou pela primeira e última vez.
terça-feira, março 09, 2010
sábado, fevereiro 27, 2010
Você Não Me Conhece
Não sou sorriso de canto
Nem sou feita de açúcar
Nem de pano
Não sou mulher batom vermelho
Nem sou feita só de pedra
Nem só de água e terra
Fosse eu poetisa
Nas lágrimas diluiria as falhas
Fosse eu contista
Eu teceria uma bailarina
Que joga o salto pro alto
Que prova as notas da canção
Sabor leite condensado
Que esnoba o cansaço
Não sendo eu poetisa, muito menos contista
Apenas digo que cansei do sentimento papel
domingo, janeiro 10, 2010
Porque é assim
Ana:Um azul no céu
João: Vários verdes nas folhas
Ana: Um céu absurdamente azul
João: Um azul absurdamente azul
Ana: Os verdes A-B-S-U-R-D-A-M-E-N-T-E lindos
João: Os verdes tão verdes
Ana: Que com os raios de sol ficam a cintilar a alegria
João: E o desejo...
Ana: E os desejos...
João: E os meus olhos retribuem, é claro.
Ana: Brilhando como brilham os olhos de uma criança.
João: Ao ver um sorvete?!
Ana: Não. Como brilham naturalmente mesmo. Ao ver o sol, ao ver o céu.
João: Ah, sei. Assim como os meus brilham ao te ver.
Ana: é.
quarta-feira, dezembro 09, 2009
Esperando por Godot II
Contando os grãos de areia
E comendo uma pêra
que,
Facilmente trocaria por uma nêspera.
Contando os grãos de areia
E comendo pêra
Desvio a atenção de que
Hoje é véspera
Assim, desvio o pensamento e omito que
Amanhã é véspera
Divirto-me por ter esperança
E lembro-me de esquecer que
Depois de amanhã também é véspera
Um dia de sol,
Outro de chuva
E eu n'êspera.
terça-feira, dezembro 01, 2009
O cacto Clarice
-Eu fui bem claro, disse que queria um cacto - Repetia sozinho indignado na varanda cor de anis.
No dia em que ganhou Clarice, a plantinha, ele ficou feliz. Foi após a visita do João-pé-de-cana que o dono da plantinha passou a ignorá-la.
- Essa é a Clarice, minha flor de cacto favorita – Disse com um sorriso bem forte no rosto, apresentando a Clarice para João-pé-de-cana .
- Mas isso não é um cacto, essa planta mais me parece com aquela espécie comigo-ninguém-pode - João-pé-de-cana comentou com toda a sua ilucidez.
O dono da plantinha, que ficou cego após um acidente no trabalho, acreditou no julgamento do João-pé-de-cana. Ele tem olhos bons e pode ver que essa planta não é um cacto- pensou. Após nove dias, o cacto Clarice morreu.
-Tio, cadê a Clarice?- a sobrinha de oito anos perguntou durante uma visita.
-A Clarice não era o que eu pensava. Ela era um comigo-ninguém-pode e não um lindo cacto- respondeu o ex-dono da plantinha com o semblante fechado.
-Comigo-ninguém-pode? Pelos meus conhecimentos, comigo-ninguém-pode não tem espinhos, já a Clarice os têm!-Argumentou a pequena sobrinha- Onde está ela? Se a sentir com as mãos, se fizer um carinho, sentirá os seus espinhos finos coloridos.
-Clarice morreu- O ex-dono da Clarice respondeu com um semblante murcho.
terça-feira, julho 07, 2009
Se o Amor come, a Esperança também come.
A esperança comeu o meu tempo,
Minhas idéias,
Meus poemas
Comeu lembranças,
Momentos,
Viagens
Ainda comeu o meu grafite,
Minha caneta,
Meu papel
E, por fim,
Comeu também
As minhas palavras,